Transcrição Ex-Libris – S01e01

Programa de governo? Não! De candidatos.

Olá, eu sou Sérgio Vieira e este é o 1º episódio da 1ª temporada do Ex-Libris, um podcast rápido e ligeiro sobre Política, Comportamento Humano, Ciência, Tecnologia e Cultura. A cada episódio um tema.

Seja bem vindo e espero que goste do estilo e formato do Ex-Libris, aguardo comentários e emails sobre este spin-off do Impressões Digitais que volta já já, agora no endereço idigitais.com – pois é, não existe mais o endereço impressões.vocepod.com…

Se você quiser e usar o aplicativo Anchor.fm assinale lá este podcast. Assim você pode enviar comentário em audio, dar um joinha – no caso palmas – para o episódio. Se quiser ouvir o podcast Ex Libris usando o link do iTunes ou do Google Podcast, sem problemas, o Ex-Libris estará lá também.

A partir de agora o Ex-Libris sobre Política de 18 de set de 2018 começou.

 

Acompanhando discussões em mídias tradicionais e até em podcasts sobre as diferenças e igualdades de programas de governo de candidatos majoritários à presidência da “res publica” brasileirinha… me pego levantando o cenho (pesquisem garotos eu não vou explicar), ou melhor, o próprio tema PROGRAMAS DE GOVERNO me causa espécie…

Primeiramente, jamais ouvi alguém difundindo ou, ao menos, discutindo Programa de Governo de candidatos à governança da unidade federativa, e antes que alguém diga que isso não é importante lembro que só aqui em SP somos 45 milhões de almas acorrentadas ao PSDB desde 1995.

<parênteses>
(até parece o PRI – Partido Revolucionário Institucional do México que ficou quase um século no poder… na realidade, e conferindo aqui, de 1929 a 2000 – hummm… desde já aviso: nunca confie muito nas informações que a gente recebe e vai passando, assim sem mais nem menos… a idade começa a pesar, ela cobra seu tempo e não dá p’ra ficar pesquisando tudo… e a memória já é aquela grande coisa não. O Google também não é dos mais confiáveis. Assim…
< fecho o parênteses>

e de volta ao roteiro…

Complementando este primeiro item: Somos 45 milhões aqui em SP, somos apenas 577 mil habitantes em Roraima. Esta é a defasagem entre – o mais populoso e o menos populoso dos estados brasileiros – coisa de 44,5 milhões de pessoas (por curiosidade a soma das populações de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia – os outros 3 estados mais populosos do país além de São Paulo: dá algo como 53 milhões).

Esta quantificação extratificada demonstra nossas múltiplas realidades – o pior é que os 4 maiores estados da União Federativa são quase 50% do país. Lembrando que a maioria dos estados são áreas de domínio das mesmas catervas familiares há décadas, se não séculos.

Tem um deputado federal de Barbacena, lá em Minas Gerais, que está em seu décimo (isso mesmo) décimo mandato – 40 anos na Câmara… já deve ter placa de patrimônio da União no traseiro. Ele começou sua vida política em 1954… vocês devem ter ouvido falar muito dele, né?! Seu nome é Bonifácio José Tamm de Andrada, 88 anos, descendente de José Bonifácio de Andrada e Silva. A prole já está devidamente enfronhada em assembléias, judiciários.

Em segundo lugar, me arrepia a nuca, quando percebo que o primeiro item aqui abordado está completamente comprometido.
Pois, como explicar que o ex-alcaide oportunista de São Paulo que – há poucos meses – num rompante abandonou o cargo após ser fervorosamente eleito no 1º turno, ‘tá agora posando de salvador do Estado (afinal ele é gestor, ele não é político – como cansa de afirmar).

O gestor em pauta, rasgou seu contrato (literalmente), tripudiou os próprios parceiros de partido e tocou um sonoro “dane-se” para os habitantes da capital de São Paulo. Tal qual outro prócer da turma que alardeia “me elege. me elege… que vou abandonar o cargo assim que der pra abiscoitar mais uma graninha ali”… sim, aquele ex-candidato à presidência, que não resiste a uma bolinha de papel na cabeça, e que sem eira nem beira voltou ao país em (19)79, mas fez sua filha uma empresária milionária antes dela completar 30 anos.

Tenho certeza que este animal… político não compreende o que significa – moralmente – ser eleito para um cargo público de tal magnitude e a obrigação intrínseca imposta pela regra democrática; mesmo que admitamos de forma machista a justificativa feita por ele comparando o abandono do cargo eletivo (um contrato social legal e moral múltiplo) a um casamento que não deu certo (um contrato social e emocional entre apenas 2 partes).

Não podemos esquecer que tal sujeito é useiro e vezeiro de apropriação indébita de dinheiros e de próprio público, e pra completar, caloteiro de impostos contumaz, como a justiça decretou em processos transitados em julgado.

Só um idiota de primeira ordem elege um boçal deste calibre a um cargo executivo (o boçal de calibre maior, nato por natureza, não é pauta deste episódio do Ex-Libris).

Desprezando os dois primeiros pontos, e analisando os atuais programas de governo de candidatos à presidência temos uma situação patética, se não patológica. Nota-se que em quase sua totalidade eles não passam de um blá-blá-blá-blá sem substância, ou como diria o FHC – em seu tupi-guarani fluente – um nhe-nhe-nhém.

Para se extrair algo definitivo destes pífios planos de marketing executados por obrigação legal – apenas dirigidos aos financiadores de campanha e para a conquista de votos (vide plano e discurso de ações de governo da Dilma em 2013) – são necessárias altas doses de inventividade interpretativa. Percebe-se nestes apenas traços de planos de Poder, nunca de plano de Nação. Quando muito uma ideia ou outra aqui e ali.

Como exemplo de como é tratado tal documento – exigido para inscrição como candidato – no Plano de Governo do PSDB para a presidência há apenas 2 – eu disse dois! – parágrafos sobre suas ações relativas às relações exteriores, onde nada é novidade ou merece algo além de um muxoxo. Abre o olho Itamaraty.

Por fim, e de modo sintético… nunca vi um programa de governo (desde 1989) definir um único e sequer voto.

Eles fingem que pagam e a gente finge que joga, né Vampeta?

 

O Ex-Libris, spin-off do Impressões Digitais, o podcast rápido e ligeiro sobre Política, acabou. Se você gostou do Ex-Libris faça como a AMB3 Gestão Ambiental, ajude este podcaster a divulgá-lo e a mantê-lo, lá no site idigitais.com você tem mais detalhes sobre como pode fazer isso. Você poderia ainda ajudar o Ex-Libris dando umas estrelinhas lá no iTunes.

Saúde, paz, grato pela companhia e até a próxima.

Ex-Libris, inteligência com propriedade.